terça-feira, 10 de março de 2009

Poema Frito na Língua

poema frito na língua


samuca santos

da janela
maré enchendo
no mangue do quintal

saúnas festejam não-sei-o-que
aratus sobem nas cercas
os barcos, sábios
não dizem nada, balançam

e a manhã tem dois caminhos:
a espiral dos erros
as esquinas do caos
e um terceiro, inominável
e surdo, hemeticamente calado

não suporto esses dias
que começam com poemas assim