sábado, 12 de setembro de 2009

O que são figuras de linguagem?

Figuras de linguagem (Brasil) ou figuras de estilo / figuras de Retórica (Portugal) são estratégias literárias que o escritor pode aplicar no texto para conseguir um efeito determinado na interpretação do leitor. São formas de expressão mais localizadas em comparação às Funções da linguagem, que são características globais do texto. Podem relacionar-se com aspectos semânticasemânticos, fonologiafonológicos ou sintaxesintáticos das palavras afetadas.

Como se usam:

Alegoria:
é uma figura de linguagem, mais especificamente de uso retóricoque produz a virtualização do significado, ou seja, sua expressão transmite um ou mais sentidos que o da simples compreensão ao literal. Diz b para significar a. Uma alegoria não precisa ser expressa no texto escrito: pode dirigir-se aos olhos e, com freqüência, encontra-se na
pintura, escultura ou noutras formas de linguagem. Embora opere de maneira semelhante a outras figuras retóricas, a alegoria vai além da simples comparação da metáfora. A fábula e a parábola são exemplos genéricos (isto é, de gêneros textuais) de aplicação da alegoria, às vezes acompanhados de uma moral que deixa claro a relação entre o sentido literal e o sentido figurado.

Antífrase:
A antífrase é uma
figura de linguagem, facilmente confundida com as figuras da ironia, sarcasmo, eufemismo e sátira, e consiste na utilização de uma palavra com o sentido contrário àquele que tem normalmente. Camões refere este recurso estilístico de forma explícita na sua Canção IX: "Junto a um seco, fero e estéril monte, Cujo nome do vulgo introduzido, / É Felix, por antífrase infelice." O seu uso pode justificar-se como forma de atenuação de uma ideia negativa, como quando se chamavam de Euménides às Fúrias, na Grécia Antiga; ou quando D. João II decidiu renomear o Cabo das Tormentas como Cabo da Boa Esperança. Pode-se considerar, por vezes, a antífrase como um eufemismo levado ao extremo - quando o sentido original das palavras é invertido.

Antítese:
Antítese é uma
figura de linguagem (figuras de estilo) que consiste na exposição de idéias opostas. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. Esse recurso foi especialmente utilizado pelos autores do período Barroco. O contraste que se estabelece serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos. É uma figura relacionada e muitas vezes confundida com o paradoxo. Várias antíteses podem ser feitas através de Amor e Ódio, Sol e Chuva, Paraíso e Inferno, Deus e Diabo.
A antítese é a figura mais utilizada no
Barroco, estilo de época conhecido como arte do conflito, em que também há presença de paradoxos, por apresentar oposições nas idéias expressas.

Antonomásia:
É uma variante da
metonímia, ou seja a substituição de um nome por outro que com ele tenha afinidades semânticas. Esta substituição resulta comumente do património pessoal ou da profissão do indivíduo em causa, que devem ser conhecidos, ou pelo menos facilmente deduzíveis, pelo receptor de modo a que a substituição seja compreendida e provoque o efeito desejado. Bastante utilizadas em literatura, a maioria das antonomásias são espontâneas, sendo geradas através de associações baseadas na actualidade. A sua utilização poderá ter três motivos; embelezar o texto, reforçar definições, ou evitar a repetição. As mais vulgarizadas ou conhecidas tornam-se quase míticas ao definirem uma característica ou atributo num indivíduo. a comparação a Bondade na Madre Teresa ou a Abnegação em São Francisco de Assis são disso bons exemplos.

Apóstrofe:
Apóstrofe é uma
figura de estilo caracterizada pela evocação de determinadas entidades, consoante o objetivo do discurso, que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo chamamento do receptor, imaginário ou não, da mensagem. Nas orações religiosas é muito frequente ("Pai Nosso, que estais no céu", "Avé Maria" ou mesmo "Ó meu querido Santo António" são exemplos de apóstrofes). Em síntese, é a colocação de um vocativo numa oração. Ex.:"Ó leonor, não caias!". É uma característica do discurso direto, pois no discurso indireto toma a posição de complemento indireto: "Ele disse à Leonor que não caísse"

Catracrese:
Catacrese é a figura de linguagem que consiste na utilização de uma
palavra ou expressão que não descreve com exatidão o que se quer expressar, mas é adotada por não haver uma outra palavra apropriada - ou a palavra apropriada não ser de uso comum; são como gírias do dia-a-dia, expressões usadas para facilitar a comunicação. Estabelecem comparação às situações em que são atribuídas, qualidades de seres vivos, a seres inanimados. Exemplos comuns são: "os pés da mesa", "marmelada de laranja", "vinagre de maçã", "embarcar no avião", "cabeça do alfinete", "braço de rio", "dente de alho" etc. Consiste assim em uma metáfora de uso comum, deixando de ser considerada como tal.Consiste também em dar à palavra uma significação que ela não tem, por falta de termo próprio.

Metafora:
Metáfora é uma
figura de estilo (ou tropo linguístico), que consiste na comparação de dois termos sem o uso de um conectivo.

"Amor é fogo que arde sem se ver"

Luís de Camões
O termo fogo mantém seu sentido próprio - desenvolvimento simultâneo de calor e luz, que é produto da combustão de matérias inflamáveis, como, por exemplo, o carvão - e possui sentidos figurados - fervor, paixão, excitação, sofrimento etc.
Didaticamente, pode-se considerá-la como uma
comparação que não usa conectivo (por exemplo, "como"), mas que apresenta de forma literal uma equivalência que é apenas figurada.

Metonímia:
Chama-se de metonímia ou transnominação uma
figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles.
Definição básica: Figura retórica que consiste no emprego de uma palavra por outra que a recorda.

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